Noite em homenagem a João Firmino na Biblioteca
Clodomir Silva
Esposa, filhos e netos do Cordelista "João Firmino"
Na noite de 28 de fevereiro foi realizado na Cordioteca da Biblioteca Municipal Clodomir Silva um Sarau Poético em Homenagem Póstuma ao Cordelista “João Firmino”. A noite foi preenchida
com recitais de vários cordelistas como:
Zéze Boquim, Vem Vem do Nordeste, Alda, Ronaldo
Dórea, Antônia Amorosa, João Emanuel, Salete, Leopoldo, Damião e outros autores. Os familiares
do saudoso "João Firmino" estavam presentes, foi uma noite de muita saudade. Nos
da Biblioteca agradecemos a presença de todos.
Veja no link Fotos
Violeiros João Bezerra e Vem Vem do Nordeste
(Fotos: Fernando Augusto/Ascom Funcaju) |
Poetas
cordelistas, escritores e músicos repentistas se reuniram na noite de ontem,
quinta-feira, 28, para homenagear o também cordelista João Firmino Cabral, que
deixou menor o elenco das personalidades artísticas sergipanas, ao falecer no
último dia 1º de fevereiro, aos seus 73 anos. Com uma plateia repleta de
colegas da arte, admiradores e familiares próximos, a homenagem foi organizada
pela Fundação Municipal de Cultura e Turismo de Aracaju (Funcaju), no auditório
da Biblioteca Municipal Clodomir Silva.
homenagem ao poeta João Firmino Cabral
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Cordelista
desde sua adolescência, época em que aprendeu a ler também a partir destes
livretos, João Firmino fez da literatura de cordel sergipana conhecida além dos
limites do seu Estado, sendo várias vezes premiado, nacionalmente, em
consideração ao seu talento, com o ápice do reconhecimento, ao ser chamado a
ocupar a cadeira de número 36, da Academia Brasileira de Literatura de Cordel
(ABLC) em 2008. Inspirou vários artistas a começarem a escrever seus folhetos,
inclusive sendo parceiro e editor de vários deles, que compareceram à noite em
sua homenagem.
O cordelista
Ronaldo Dória
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Um deles
foi o aracajuano Ronaldo Dória, escritor de cordel que teve no trabalho de
João, a inspiração e do amigo, o incentivo para continuar na atividade. “No meu
primeiro folheto, recebi muitas críticas, mas mostrei a João Firmino e ele não
disse que era bom, mas era pra continuar que eu tinha criatividade. Para
Firmino, o poeta de cordel não pode só fazer aquele cordel bonitinho, com
métrica, tem que ter um ‘molho’, uma coisa que atraia a atenção do leitor,”
conta o autor de até o momento, 150 livretos de cordel, os dois últimos em
homenagem ao mestre Firmino, obras que declamou à plateia nesta noite de
homenagem.
Coordenadora de Cultura Amorosa,
presidente da Funcaju, Manoel Viana e a diretora da Clodomir Silva, Fátima Góes |
Para a
diretora da Clodomir Silva, Fátima Góes, a biblioteca teve a atitude de
homenagear o cordelista devido ao fato do nome dele batizar a ‘cordeuteca’ que
funciona na Instituição. “Em 2003, a Clodomir inaugurou a primeira cordeuteca
do Brasil com o nome de João Firmino Cabral, dessa forma ele faz parte da
história, da alma da Biblioteca. Por isso chamamos os familiares, cordelistas e
violeiros, para homenagear ele que viveu do cordel, em sua banca de cordéis no
Mercado, onde era muito atencioso com os estudantes e turistas”, explica a
diretora.
O poeta cordelista Zezé de Boquim
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Outro
cordelista presente à homenagem e que leu a poesia de João Firmino para os
presentes foi, Zezé de Boquim. “Fico até sem palavras ao falar de João Firmino,
pois quando Manoel de Almeida partiu, foi João que aguentou as pontas. Só de
vender seu cordel em sua banquinha, levantou a imagem do cordel com seu
trabalho e inspirou muitos outros cordelistas, mesmo que estes hoje neguem.
Ótima a atitude da Biblioteca, contribuindo para que não esqueçam de seu nome e
importância”, desabafou Zezé, citando Manoel de Almeida, que foi o mestre
cordelista do também mestre, de tantos outros, João Firmino.
Ocordelista
Leopoldo Moreira Andrade
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Aos seus
92 anos, o cordelista Leopoldo Moreira Andrade, venceu as limitações impostas
pela idade para comparecer à Biblioteca e também homenagear o colega e amigo.
“Saudade do companheiro cordelista, um dos maiores de Sergipe, foi uma grande
perda para o Estado, senão para o Brasil. Ele tinha grande criatividade, com
seus causos e contos. Mas sinto muita alegria de estar aqui, junto de outros
colegas, prestando esta homenagem a João Firmino”, completou Leopoldo.
Carmelita Santana Cabral, viúva de João Firmino
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Carmelita
Santana Cabral, esposa de João Firmino, veio à homenagem acompanhada de filhos,
netos e genros. “É muito importante esta homenagem e serve de alento para nossa
perda, esse reconhecimento faz com que todos saibam do grande homem que ele
era, coisa que já sabíamos, pois ele era um excelente marido, pai e avô. Ele está
me fazendo muita falta, foram 47 anos de casados, não é fácil superar”, lamenta
a saudosa esposa.
Fechando
a noite e arrancando aplausos, em pé, de todos, Antônia Amorosa de Menezes,
coordenadora de Cultura da Funcaju, cantou sua composição feita ali, no
transcorrer do evento, sua maneira de homenagear o grande escritor de cordel.
“É um prazer para toda equipe da Funcaju fazer essa homenagem mais do que
justa. Como muitos aqui citaram, nós temos referências do cordel, mas que fazem
parte de uma determinada geração. Esse preconceito precisa ser rompido e uma
das formas de estimular é através de concursos, oficinas e palestras na Rede
Municipal de Ensino, para que esta memória, este exercício cultural não seja
perdido com o tempo”, concluiu Amorosa.
Pedro Amaro, poeta cordelista
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Pedro
Amaro, poeta cordelista que tem seus trabalhos no acervo na cordeuteca da
Clodomir, também referenciou a importância de apresentar a riqueza cultural do
cordel às gerações seguintes à desses grandes artistas como João Firmino.
“Minha preocupação é que não fique só em Ronaldo Dória, Zezé de boquim, João
Bezerra, Vem-vem e outros, esse reconhecimento do trabalho de João Firmino, é
preciso que os jovens tomem como exemplo o trabalho dele e levem adiante o
hábito de fazer poesia no cordel como muitos aqui fizeram”, discursou o mestre,
antes de ler o livreto que escreveu também em homenagem ao colega.
Sobre a
cordelteca
A
Cordelteca João Firmino Cabral possui mais de 500 títulos, escritos por cerca
de 36 cordelistas sergipanos e de outros locais, como Alda Cruz, Eduardo
Fiscina, Chiquinho de Além Mar, Agulhão e Pedro Amaro. Todo acervo fica à
disposição, para consulta, dos frequentadores da Biblioteca Municipal Clodomir
Silva, localizada na rua Santa Catarina, nº 314, bairro Siqueira Campos.
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