'A Hora do Cordel' reinaugura cordelteca da Clodomir Silva
O evento comemorou a reinauguração da Cordelteca João Firmino Cabral, que agora conta com um espaço maior, no andar térreo da biblioteca. Além disso, com a criação de um mural de desenhos típicos e um acervo maior, a cordelteca também adquiriu mais identidade. "Já temos mais de 1000 livros de cordel, e alguns autores presentes aqui hoje afirmaram que estarão doando mais livros. A Funcaju também comprou 80 exemplares da obra de João Firmino, colaborando ainda mais com o crescimento desse espaço", explicou o diretor da Biblioteca, Tarcísio Bruno.
O cordelista João Firmino Cabral ficou emocionado ao ver o público presente lendo suas obras, justamente na cordelteca que leva o seu nome. Para o escritor, a literatura de cordel ajuda a contar a história: "Ela foi trazida para cá ainda na era colonial, mas foi o brasileiro e, sobretudo, o nordestino quem deu identidade para o cordel. Desde aquela época, os antigos cordelistas já faziam versos com Zumbi dos Palmares, Carlota Joaquina, Tiradentes, Lampião, Antônio Conselheiro, entre tantos outros personagens que entraram para a história do país. Hoje, alcançamos um pata
mar maior, pois os cordelistas exploram todo assunto que for atual", explica o autor.
Homenagem
Outro poeta sergipano, Chiquinho do Além Mar, também registrou sua presença no ‘A Hora do Cordel', recitando a homenagem que fez à Biblioteca Clodomir Silva, no aniversário de 50 anos da instituição.
Vários exemplares do folheto também foram distribuídos. "É preciso que sempre haja união entre nós, cordelistas, para que consigamos vencer os obstáculos e divulgar nosso trabalho. Aproveito para elogiar a bem-intencionada gestão de Waldoilson Leite, pois ele tem nos dado muita força e contribui muito para resgatar as raízes da nossa cultura", falou Chiquinho sobre o presidente da Funcaju.
A união entre os autores sergipanos que resgatam a cultura do estado também foi tópico abordado por Gigi, a presidente da Associação de Cordelistas de Sergipe (Ascorese), e por Gilmar Santana, um dos fundadores da cordelteca. "Conseguimos reunir 37 poetas que deram início a este espaço. Desde 2003, quando ele foi inaugurado, já podemos perceber que o cordel está mais popular, inspirando o surgimento de novos cordelistas e, consequentemente, de um público maior", disse Gilmar.
Privilégio
A noite também foi preenchida com os recitais de Zezé de Buquim, Daniel Ramos, Ronaldo Dórea, entre outros autores. Aos intervalos de cada recital, a banda Pilão de Pife também mostrou a presença musical da cultura nordestina, com seu arranjo de sopros e percussões.
O diretor Tarcísio Bruno agora planeja dar continuidade ao projeto ‘A Hora do Cordel', através de atividades variadas que envolvam a literatura de cordel. Essas ações acontecem na última quarta-feira de cada mês, na sede da Biblioteca. O resgate cultural que propicie mais conhecimento para a população, pelo menos uma vez ao mês, é mais um privilégio conquistado pelo aracajuano.