quarta-feira, 4 de julho de 2012

LANÇAMENTO DO LIVRO DE SANTOS LIMA

31/07/2012, 09:15h

Livro O Valor do Amigo é lançado na Biblioteca Clodomir Silva


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 O escritor Santos Lima e a diretora 
da Clodomir Silva, Maria José. 
(Fotos: Ascom/Funcaju)
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 O amigo e também escritor João Emanuel 
lendo para os presentes trechos do livro
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O músico Carlinhos da Flauta 
tocou sucessos da música 
brasileira e sergipana
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O auditório da biblioteca ficou
repleto de amigos durante a 
cerimônia de lançamento do livro
 
Reforçando o conceito de ser mais que apenas um ponto de leitura, a Biblioteca Municipal Clodomir Silva, uma das unidades da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Funcaju), promoveu na noite desta segunda-feira, 30, o lançamento do livro ‘O Valor do Amigo’, do professor e radialista sergipano Santos Lima.
A cerimônia foi iniciada um pouco depois das 18h e contou com a participação de familiares do escritor, estudantes, amigos e profissionais da comunicação que lotaram o Auditório Poeta Santo Souza. Além disso, também marcaram presença na noite nomes como o da cordelista Salete Nascimento, da vereadora Míriam Ribeiro, da diretora da biblioteca Epifânio Dória, Sônia Carvalho e também do jornalista Pascoal Maynard.
Em meio às inúmeras dedicatórias e autógrafos dados pelo escritor, alguns amigos, como o professor e também escritor João Emanuel, subiram ao palco e pediram licença para lerem trechos da mais recente publicação literária do município.
“Santos Lima é um grande amigo meu, desde os tempos de faculdade. Quando ele me mostrou recentemente alguns textos dele eu o aconselhei a juntá-los e escrever um livro. Essa é sua nova faceta e eu o apoio bastante. Seu livro faz reflexões sobre amizade, respeito e valores humanos. É um livro que é a cara dele”, revela João Emanuel, que também faz parte da editora responsável pela impressão do livro, a Turbo Caju Office.
Para a diretora da Clodomir Silva, Maria José, a escolha da biblioteca como local de lançamento de livros já não é surpresa. “Hoje a Clodomir Silva é uma biblioteca destaque. Temos muitos projetos que levam o nome da instituição para toda cidade como o ‘Hora do Conto’ e o ‘Biblioteca na Praça’. Ela é um local de educação, cultura, lazer e prazer. Ano passado recebemos o lançamento do livro da Telma Costa e esse ano é um prazer e uma honra receber o do Santos Lima”, comenta a diretora.
Quem também foi prestigiar mais um grande momento da vida do escritor e colaborar foi o músico Carlinhos da Flauta. Amigo há 8 anos de Santos Lima, o músico apareceu no início da cerimônia com sua flauta transversal e embalou a noite com grandes sucessos da música brasileira e sergipana.
“Eu conheci o Santos na rádio onde ele é locutor e onde, até hoje, ele me chama para tocar algumas canções ao vivo. Tenho mais de 50 anos de música, tocar para mim é sempre um prazer, ainda mais quando é no lançamento do livro de um amigo”, diz o flautista.
O autor
Santos Lima é professor de História, radialista e escritor. Com 32 anos de rádio, ele revela que escreve há mais ou menos esse tempo, mas que só agora teve coragem de publicar um livro. Em 2010, chegou a publicar um livreto, intitulado ‘Ainda é Natal’, que distribuiu entre família e amigos, mas diz que preferiu amadurecer suas ideias antes de publicar algo para venda.

INSTALAÇÃO DO TELECENTRO e AUDIOTECA NA BIBLIOTECA CLODOMIR SILVA

O Telecentro Comunitário de Inclusão Digital da Biblioteca Municipal Clodomir Silva,  tem como objetivo efetivar a inclusão digital das pessoas que ainda não têm acesso a tecnologia da informação e dispor meios de uso aos já incluídos, oferecendo gratuitamente os serviços de utilização dos computadores, acesso à internet, cursos de informática e outras atividades de interesse da comunidade.

 Audioteca que tem como objetivo contribuir para educação, cultura e lazer da população atendida por meio de obras literárias e didáticas gravadas em CD (livro falado), destinados em especial aos portadores de deficiência visual, de 3ª idade ou com alguma dificuldade, física ou motora que as impossibilite de ler.      

 


                   EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE SERGIPE


 Biblioteca Clodomir Silva realiza Projeto Livro Vivo

A Biblioteca Clodomir Silva, homenageia a data histórica 8 de julho, exibindo documentários e uma palestra com o Prof. de História Jorge Marcos. (Veja no link a Programação Cultural).

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Biblioteca lança este mês o Projeto Livro Vivo (Fotos: Ascom/Funcaju)
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Alunos assistem atentamente documentário sobre a emancipação política de Sergipe
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O professor Jorge Marcos conversa com os alunos sobre a importância da data
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A diretora da Biblioteca, Maria José
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                                       No Telecentro, usuários podem fazer suas pesquisas na internet
A partir deste mês de julho, a Biblioteca Municipal Clodomir Silva, uma das unidades da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Funcaju), realizará mensalmente o projeto intitulado ‘Livro Vivo'. De autoria da atual diretora da Biblioteca, Maria José, o projeto visa explorar as diversas formas de obtenção de conhecimento, seja através dos livros ou de meios digitais como filmes, música e internet.
O primeiro dia do projeto aconteceu nesta quinta-feira, 05, na sede da própria biblioteca. Alunos do 8º e 9º ano do Colégio Estadual General Siqueira puderam aprender um pouco mais sobre o tema deste mês do projeto: a emancipação política de Sergipe, comemorada no próximo domingo, 08 de julho.
Através de documentários e palestras, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer melhor a importância da data para os sergipanos e como aconteceu todo o processo político até a separação definitiva de Sergipe da Bahia. Além disso, também ouviram sobre o valor e o orgulho de ser sergipano e sobre a importância de se ter conhecimento histórico do lugar onde se vive.
"Será que nosso aluno lembra o que comemoramos no dia 8 de julho? Muitos com certeza não. É preciso manter vivo na memória deles o que aconteceu nesta data e qual o valor que ela tem para nós sergipanos, para que assim esse conhecimento se perpetue. É preciso incentivar essa sergipanidade, afinal o 8 de julho está para a história de Sergipe assim como o 7 de setembro está para a história do Brasil e isso precisa ser lembrado e louvado", diz o palestrante José Marcos, que é professor de História e técnico em Assuntos Historiográficos de Sergipe  .
Para a diretora da Biblioteca, Maria José, era preciso projetos que aproximassem ainda mais os estudantes que, segundo ela, são o público alvo da instituição. Sejam alunos do ensino infantil, fundamental, médio ou universitário o objetivo era criar projetos que atraíssem a atenção e vontade destes em conhecer a biblioteca e o Projeto Livro Vivo é um deles.
"Estamos muito orgulhosos desse projeto. A Biblioteca Clodomir Silva não foca mais a busca pela formação e pesquisa apenas nos livros. Hoje ela tem uma gama de atividades, é dinâmica, é divertida. Estamos trazendo CDs, documentários e filmes. Também estamos lançando esse mês a nossa Audioteca, que promove acesso ao usuário da 3ª idade e deficiente visual e o Telecentro, onde o usuário pode fazer sua pesquisa através da internet. Estamos com um leque muito grande de atividades e esperamos um público cada vez maior conhecendo mais nossa biblioteca", diz a diretora.
 Já o professor de Geografia, Alexandre do Rosário, parabeniza a Biblioteca e diz que projetos como esse precisam ser incentivados. "A Biblioteca Clodomir Silva sempre nos surpreende. Nossa parceria já é de longa data e a cada visita sempre nos deparamos com boas surpresas como a do Projeto Livro Vivo. Aqui nossos alunos podem sair da sala de aula e, através de outros recursos didáticos, adquirir informações importantes. A Biblioteca está realmente de parabéns", finaliza o professor.


 Artigo escrito pelo Prof. Jorge Marcos

O dia 8 de julho


  
                                        Sem memória não há História. 
A Memória é o tesouro de todas as coisas.
Um pensar frequente com discernimento. 
É uma construção e reconstrução 
do passado em função de interesses 
do presente.



 Prof. Jorge Marcos       
 

O dia 8 de julho está para a história de Sergipe assim como o 7 de setembro está para a história do Brasil. Neste domingo (8/7) comemora-se 192 anos de emancipação política. Mas, pergunta-se: na memória dos sergipanos, o que essa data significa? Mais um feriado apenas? Muitos afirmam que não temos memória.

Essa falta de memória vai ser nosso mote para inicio de conversa. Segundo Costa (2007), “um dos fenômenos mais trágicos das sociedades pós-modernas é a ausência (ou perda) da memória, seja ela individual ou coletiva. Sim, hoje o homem é um infeliz desmemoriado. Carente, necessitado e angustiado, ele recusou a memória, pois há cerca de quarenta anos a pedagogia construtivista baniu a “decoreba” dos bancos escolares”.2 Para aprender, o homem deve ter “solicitude e afeto para com aquilo que quer recordar, pois onde não há interesse e amor, não se fixam as impressões na alma” 3.


Segundo Santo Agostinho (354-430), fundador da memória medieval, a memória vive em um palácio, e é como o ventre da alma, espécie de luz dos espaços temporais 4 e que a memória guarda o que se aprende com a educação. Agostinho destacou a força retentiva da memória, sua capacidade de conservar e fazer recordar as imagens e sensações recebidas do mundo.5
A memória é a grande responsável pela guarda e pelo resumo de tudo que se lê e se vive. Ela é uma das bases da compreensão humana. Sem memória, hoje, nossa civilização caminha desnorteada, pois não conhece seu passado, não tem consciência em seu presente, e não projeta perspectiva no futuro.6


1 Jorge Marcos de Oliveira, graduado em História (UFS), professor da rede publica e particular de ensino e técnico em assuntos historiográficas (PMA), a disposição da Biblioteca Clodomir Silva

2 COSTA, Ricardo. História e memória: a importância da preservação e da recordação do passado. In: SINAIS - Revista Eletrônica - Ciências Sociais. Vitória: CCHN, UFES, Edição n.02, v.1, Outubro. 2007. pp.02-15. P.2
3 LAUAND, Jean. “A Arte de Decidir: a Virtude da Prudentia em Tomás de Aquino”. In: Videtur 15. São Paulo: Editora Mandruvá / Centro de Estudos Árabes do Departamento de Línguas Orientais da FFLCHUSP, Internet: http://www.hottopos.com/videtur15/ jean.htm. Citado por COSTA, Ricardo. História e memória: a importância da preservação e da recordação do passado. In: SINAIS - Revista Eletrônica - Ciências Sociais. Vitória: CCHN, UFES, Edição n.02, v.1, Outubro. 2007. P. 2
4 Confissões X, 9; De Musica, VI, 8, 21. Citado por COSTA, Ricardo. História e memória: a importância da preservação e da recordação do passado. In: SINAIS - Revista Eletrônica - Ciências Sociais. Vitória: CCHN, UFES, Edição n.02, v.1, Outubro. 2007. P. 3
5 COSTA, Ricardo. História e memória: a importância da preservação e da recordação do passado. In: SINAIS - Revista Eletrônica - Ciências Sociais. Vitória: CCHN, UFES, Edição n.02, v.1, Outubro. 2007. P. 3
6 COSTA, Ricardo. História e memória: a importância da preservação e da recordação do passado. In: SINAIS - Revista Eletrônica - Ciências Sociais. Vitória: CCHN, UFES, Edição n.02, v.1, Outubro. 2007. P. 11.


Lembrar não é a re-excitação de inumeráveis traços fragmentados, fixos e sem vida. É uma reconstrução, ou construção imaginativa, construída a partir de nossa atitude em relação a uma massa ativa de reações ou experiências do passado organizadas, e em relação a pequenos detalhes importantes que comumente aparecem em imagem ou na forma da linguagem. A memória está presente no pensamento, nos sentimentos e percepções, bem como na imaginação. Ela tanto está presente em nós, quanto é, também, exterior a nós. Ela se cristaliza fora de nós, em lendas, monumentos e objetos que estão longe de serem reflexos de verdades históricas. É resultado de um processo de interação social. 7


A memória é constituída a partir das narrativas do presente, quanto a História é resultado de experiências que se acumulam ao longo do tempo. É resultado de um processo interativo. Não se trata de investigar o passado através da memória, mas de procurar compreender o presente a partir das reconstruções que são feitas do passado. 8


A memória permite a relação do corpo presente com o passado e, ao mesmo tempo, interfere no processo ‘atual’ das representações. Pela memória, o passado não só vem à tona das águas presentes, misturando-se com as percepções imediatas, como também empurra, ‘desloca’ estas últimas, ocupando o espaço todo da consciência. A memória aparece como força subjetiva, ao mesmo tempo profunda e ativa, latente e permanente, oculta e invasora (BOSI, 1998, p. 46-47).
 

O francês Jacques Le Goff, afirma que o estudo da memória não é exclusividade da história, mas também da antropologia, da psicologia e da educação, mas ela ganha uma significação particular na história onde “o estudo da memória social é um dos meios fundamentais de abordar os problemas do tempo e da história” (Le Goff, 1996, p. 426).
 

Marilena Chauí nos ensina que a Memória tem duas dimensões. A primeira é pessoal, é a introspecção pela qual cada pessoa recorda-se ou é levado a recordar. A outra é coletiva e social: “é preciso mencionar a sua dimensão coletiva ou social, isto é, a memória objetiva gravada nos monumentos, documentos e relatos da história de uma sociedade” (CHAUÍ, 2005, p. 138).

A dimensão social é que confere notoriedade ou convida a transformar o monumento, uma expressão da memória, em patrimônio. As representações presentes no monumento, em virtude de várias circunstâncias, passam a ser importantes para algumas pessoas ou para uma sociedade. Assim o monumento (uma data, por exemplo), ou os diferentes documentos, ultrapassam o significado de si mesmo e ganham uma significação social. Ganham status de Patrimônio. Eles servem como um elo entre presente e passado dando um sentido de continuidade. A preservação do patrimônio pressupõe um projeto de construção do presente. Os monumentos ou o patrimônio
histórico devem ser meios de nos ligar ao nosso passado, devem, portanto, fazer sentido no nosso cotidiano. 9

 E o que tudo isso tem a ver com a data 8 de julho? Tudo! Como professor ficou muito preocupado com essa “desmemorização” do alunado, em especial, e porque não dizer, de quase toda a coletividade. As datas são referencias de um tempo. Exemplo: 4 de julho (independência dos Estados Unidos), 14 de julho (Queda da Bastilha na França revolucionária), etc.
 

Para José Vieira da CRUZ (2011)10, a construção dos sentidos desta comemoração poderá ser um dia símbolo de orgulho e identidade entre nós. Assim, como o ato de lembrar é uma forma de reconhecimento, a rememoração da emancipação política de Sergipe é uma oportunidade para avaliar a importância deste acontecimento para a história do Brasil e, particularmente, desta história a partir de Sergipe.


7 SANTOS, Myrian Sepúlveda dos. História e Memória: o caso do Ferrugem. Revista Brasileira de História On-line version ISSN 1806-9347. Rev. Bras. Hist. vol.23 no.46 São Paulo 2003. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-01882003000200012
8 SANTOS, Myrian Sepúlveda dos. História e Memória: o caso do Ferrugem. Revista Brasileira de História On-line version ISSN 1806-9347. Rev. Bras. Hist. vol.23 no.46 São Paulo 2003. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-01882003000200012


O documento
 

Eis a Carta Régia que desanexou da Capitania da Bahia o território de Sergipe, emancipando-o politicamente:
 

Isenta a Capitania de Sergipe da sujeição ao Governo da Bahia, declarando-a independente totalmente.
Convido muito ao bom regimen deste Reino do Brasil, e a prosperidade a que me proponho elevá-lo, que a Capitania de Sergipe de El Rei tenha um Governo independente do da Capitania da Bahia.
Hei por bem isentala absolutamente da sugeição em que até agora tem estado do Governo da Bahia, declarando-a independente totalmente para que o Governador della a governe na forma praticada nas mais Capitanias independentes, communicando-se directamente com as Secretarias de Estado competentes, e podendo conceder sesmarias na forma das Minhas Reaes Ordens.
Thomas Antonio de Villanova Portugal, Ministro e Secretario de Estado dos Negócios do Reino, o tenha assim entendido, e faça executar com as participações convenientes às diversas estações. Palácio do Rio de Janeiro e 8 de julho de 1820. (Com a rubrica de S.M.)”

 

Segundo Luiz Antonio BARRETO (2005) este documento tem sido convertido no símbolo da liberdade, da independência, da autonomia econômica, da construção da sociedade sergipana.11 A Emancipação política de Sergipe resultou de uma luta empreendida pela elite local. Segundo Maria Thétis Nunes12, a emancipação política de Sergipe resultou de muitos pedidos da elite produtora local, como os senhores de engenho.
 

A reação baiana não demorou. Há rejeição dos fatos. Cria-se obstáculos. Gera-se conflitos. O que se pretende é adiar a decisão do Rei D. João VI. A decisão de D. João VI encerra uma página da história de Sergipe, iniciativa com a criação da Capitania da Bahia de Todos os Santos, em 1534, doada a Francisco Pereira Coutinho.
 

Para alguns autores, a decisão real teria decorrido da prosperidade econômico que Sergipe vinha alcançando, especialmente no setor açucareiro. A esta situação de prosperidade associou-se a reforma político-administrativa encetada pelo governo real, dividindo capitania, como acontecera pouco antes com a de Alagoas, que se separa da de Pernambuco. Essa decisão é vista como uma estratégia do Estado metropolitano para evitar e postergar o quadro de revoluções e independências que se viam processando tanto no Velho Mundo (Europa) como na América Espanhola.
 

As reformas iniciadas na administração pombalina vão, segundo CRUZ (2011), ter um grande impacto na dinâmica econômica do território de Sergipe, que passava a estreitar cada vez mais os laços de vinculação econômica, política e social com a Bahia.13
 

Segundo BARRETO (2004) “A emancipação não é uma data, mas etapa de uma luta contínua, para formar uma consciência pedagógica com a qual as novas gerações estejam identificadas. Muito menos é um feriado, um repouso, mas é uma vigília, um compromisso ao qual ninguém pode faltar” 14.

  A nossa independência atendia aos partidários da desanexação e por isso mesmo provocava fortes reações, como a rejeição e a prisão de Carlos César Burlamaqui, primeiro Governador nomeado para Sergipe.15 A volta à dependência da Bahia fez permanecer entre os sergipanos um sentimento de revolta, um espírito de luta pela autonomia sergipana, que iriam confundir-se com a participação de Sergipe no processo de independência nacional. Esse quadro teria facilitado a atuação do mercenário francês Pedro Labatut, que teve ativa participação na “Guerra de Independência” do Brasil.


9 CARNEIRO, Neri de Paula. Da Memória À História. http://www.artigonal.com/educacao-artigos/da-memoria-a-historia-382996.html. Publicado em: 09/04/2008. acessado em 03 de julho e 2012.
10 CRUZ, José Vieira da. A Emancipação Política de Sergipe: uma teia de significados Históricos. http://www.nossaescola.com.br/unidade2/nossavoz.php?op=true&id=871
11 BARRETO, Luiz Antonio. Sergipe, 185 anos de Emancipação. http://www.infonet.com.br/luisantoniobarreto/ler.asp?id=37685&titulo=Luis_Antonio_Barreto
12 Correio de Sergipe, 2005. Sergipe completa hoje 185 anos de emancipação. http://www.correiodesergipe.com/cadernos/revista/lernoticia.php?noticia=7047
13 13 CRUZ, José Vieira da. A Emancipação Política de Sergipe: uma teia de significados Históricos. http://www.nossaescola.com.br/unidade2/nossavoz.php?op=true&id=871
14 BARRETO, Luiz Antoio. 8 DE JULHO DE 1820 (E DE SEMPRE). http://www.infonet.com.br/luisantoniobarreto/ler.asp?id=24915&titulo=Luis_Antonio_Barreto
15 nomeado em 25 do mesmo mês de junho, só tomou posse em 20 de fevereiro de 1921. 

Governaria menos de um mês, pois, em 18 de março, era deposto por tropas vindas da Bahia, a mando da Junta Governativa que lá se instalara após o levante constitucionalista de 10 de fevereiro.

A Emancipação deu aos sergipanos a responsabilidade de definir as bases de sua organização, ainda que não pudesse desprezar as experiências acumuladas em quase três séculos de dependência.


Para Euclides de Oliveira SANTOS16, não há, lastimavelmente, qualquer manifestação cívica que evoque a data, permitindo aos mais novos preservar a conquista da liberdade e da sergipanidade17. Essa “identidade” [sergipaneidade] é um processo continuo de construção. Não pode ser resultado de apena um único dia, mas como resultado de uma luta incessante, histórica, com inda e vindas. Não poderá ser obra de apenas uma ou duas gerações. É preciso que seja construída diuturnamente. A cada dia. A data é “uma data especial para Sergipe e para os sergipanos, que não pode figurar apenas como feriados no calendário”.
 

Opinando sobre a sergipanidade, BARRETO assim se expressa:

 SERGIPANIDADE é o conjunto de traços típicos, a manifestação que distingue a identidade dos sergipanos, tornando-o diferente dos demais brasileiros, embora preservando as raízes da história comum. A SERGIPANIDADE inspira condutas e renova compromissos, na representação simbólica da relação dos sergipanos com a terra, e especialmente com a cultura, e tudo o que ela representa como mostruário da experiência e da sensibilidade.18

Em 5 de dezembro do ano de 1822, Pedro I, por Carta Imperial, confirmou o Decreto de D. João VI, encerrado-se assim, o processo iniciado em 8 de Julho de 1820, consolidando Sergipe sua autonomia.


BIBLIOGRAFIA BÁSICA.


BLOCH, Marc, Apologia da História ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Zahar. 2001.
BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade: lembrança de velhos. 5 ed. São Paulo: Cia das Letras, 1998
CARNEIRO, Neri de Paula. Da Memória À História. http://www.artigonal.com/educacao-artigos/da-memoria-a-historia-382996.html. Publicado em: 09/04/2008. Acessado em 03 de julho e 2012.
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. 13 ed. São Paulo: Ática. 2005.
16 SANTOS, Euclides de Oliveira. 8 de julho. http://www.tce.se.gov.br/sitev2/conteudo.ler.php?id=3965
17 Segundo Luiz Antonio BARRETO, a expressão sergipanidade foi utilizada pela primeira vez pelo poeta sergipano e discípulo de Tobias Barreto, Prado Sampaio, como um louvor ao fazer cultural sergipano. Recentemente foi retomada e passou a ser usada como um conceito cultural. Ver Sergipanidade: um conceito em construção.
18 BARRETO, Luiz Antonio . Sergipanidade, um conceito em construção. http://www.infonet.com.br/luisantoniobarreto/ler.asp?id=114296&titulo=Luis_Antonio_Barreto
COSTA, Ricardo da. “Para que serve a História? Para nada...”. In: Nethistória, Internet, http://www.nethistoria.com
LAUAND, Jean. “A Arte de Decidir: a Virtude da Prudentia em Tomás de Aquino”. In: Videtur 15. São Paulo: Editora Mandruvá / Centro de Estudos Árabes do Departamento de Línguas Orientais da FFLCHUSP, Internet: http://www.hottopos.com/videtur15/ jean.htm
LE GOFF, Jacques. “Memória”. In: História e memória. São Paulo: Editora da Unicamp, 1994, p. 423-483.
PAUL, Jacques. Historia intelectual del Occidente Medieval. Madrid: Catedra, 2003.

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